No dia 07 de setembro do ano de 2021 na cidade de Brasília, capital da República, fileiras e fileiras de ônibus de luxo vindos dos mais diversos lugares do país eram estacionados na Esplanada dos Ministérios e em locais próximos. Deles desciam pessoas vestidas de verde e amarelo que passavam a se aglomerar no gramado em frente ao Congresso Nacional.
O inverno derruba as últimas folhas e flores, a primavera se aproxima. Conservadores, autoritários e retrógrados, esses cidadãos, depois de se omitirem frente às milhares de vidas perdidas com a pandemia, destruírem direitos e promoverem a escuridão, agora estão assustados com esse imenso clarão.
Na sessão do dia 08 de agosto, a Ministra do Supremo Tribunal Federal – STF, Carmen Lúcia, tentava pautar uma questão de ordem sobre determinado processo no plenário daquele Tribunal. Segundo divulgado por vários órgãos de imprensa, de que aponto dois exemplos aqui e aqui, ela passou vinte longos minutos tentando fazer-se ouvir,
Enxadristas ensinam que jogadas táticas possuem o objetivo de ganhar o jogo com estratégia, atacando em mais de um ponto, podendo o jogador sacrificar alguma peça no processo, obrigando o adversário a perder um das suas que seja essencial e deixando o rei mais desprotegido.
Em 1977, Geisel dizia que a ditadura estava em processo de abertura lenta e gradual. Porém, o SNI não parava de conspirar. Na América do Sul, o Brasil integrava a Operação Condor, Herzog tinha sido recém-assassinado no DOI-CODI e, anos depois, a OAB receberia uma carta-bomba, um frustrado atentado aconteceria no Rio Centro. A ditadura estava viva como nunca.
Há exatos 45 anos, mais precisamente às 20h de uma quinta-feira, 04 de agosto de 1977, o jurista Goffredo da Silva Telles lia, nas Arcadas da Faculdade de Direito da USP, a Carta aos Brasileiros.
No atual estado da arte da conjuntura brasileira, em simplificação grosseira, pode-se dizer que Jair Bolsonaro realinhou os que defendem a democracia em torno de pilares que a sustentam, acima e além de suas diferenças políticas.
A espantosa conclusão, expressa em entrevista coletiva da Polícia Civil do Paraná foi de que não houve crime de ódio ou por motivação política, em verdadeiro malabarismo narrativo justificador do injustificável.