ABJD pede ao STF condenação de Eduardo Bolsonaro por articular sanções contra o Brasil em ação que denuncia ingerência dos EUA e Big Techs

31/07/2025

ABJD pede ao STF condenação de Eduardo Bolsonaro por articular sanções contra o Brasil em ação que denuncia ingerência dos EUA e Big Techs


A Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) protocolou nesta quarta-feira, 30, no Supremo Tribunal Federal (STF) uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) para barrar omissões do Estado brasileiro diante de sanções econômicas e pressões digitais impostas pelos Estados Unidos e conglomerados tecnológicos internacionais. 

A ação tem como um de seus focos centrais a atuação do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro, acusado de articular, junto ao governo dos Estados Unidos, sanções econômicas e medidas hostis contra autoridades brasileiras.

Segundo a petição, já há provas materiais e indícios robustos de que o parlamentar praticou coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Essas condutas, de acordo com a ABJD, foram decisivas para a imposição do tarifaço de 50% sobre exportações brasileiras, medida que ameaça setores estratégicos da economia e agrava o desemprego.

Além disso, o pacote de retaliações foi uma resposta à atuação soberana do Brasil na regulação das plataformas digitais. A ABJD também aponta que o lobby das Big Techs, articulado pela Computer & Communications Industry Association (CCIA), busca deslegitimar leis brasileiras como a LGPD e projetos que regulam inteligência artificial, tributação de plataformas e soberania digital.

“Não aceitaremos que o Brasil seja tratado como colônia digital e econômica. Nossa ação exige que o STF reafirme que nenhuma sanção estrangeira, chantagem comercial ou lobby corporativo pode se sobrepor à Constituição e à vontade soberana do povo brasileiro,” afirma Tereza Mansi, jurista e integrante da Executiva Nacional da ABJD.

O documento alerta ainda para a atuação do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro, acusado de articular, nos Estados Unidos, sanções contra autoridades brasileiras e medidas hostis ao país, em tentativa de constranger o STF e influenciar julgamentos que envolvem seu pai, Jair Bolsonaro.

Para a ABJD, os efeitos do tarifaço vão muito além da economia, atingindo setores estratégicos como agronegócio, siderurgia e indústria de transformação, com impacto bilionário no PIB e na vida de milhares de trabalhadores. Além disso, a pressão das Big Techs enfraquece mecanismos de proteção de dados e combate à desinformação, abrindo espaço para manipulação eleitoral e ataques às instituições democráticas.

A ação pede ao STF que reafirme a plena soberania normativa, informacional, regulatória e fiscal do Brasil, obrigue Big Techs a cumprir integralmente as leis brasileiras, crie um regime de tributação progressiva sobre essas empresas e declare nulos os efeitos de sanções estrangeiras que visem interferir na legislação nacional. A ABJD também requer a responsabilização civil de Eduardo Bolsonaro pelos danos causados ao país.

Com o processo, a entidade busca que o Supremo atue como guardião da Constituição, garantindo que o Brasil mantenha sua autonomia frente a pressões externas e defendendo a integridade do processo democrático de 2026.

Veja aqui a ADPF na íntegra..pdf

ABJD pede ao STF condenação de Eduardo Bolsonaro por articular sanções contra o Brasil em ação que denuncia ingerência dos EUA e Big Techs

Escolha a ABJD mais próxima de você

TO BA SE PE AL RN CE PI MA AP PA RR AM AC RO MT MS GO PR SC RS SP MG RJ ES DF PB