ABJD participa da ADPF Vidas Negras

28/11/2023

ABJD participa da ADPF Vidas Negras


Cleucio Santos Nunes, ao fazer a sustentação pela ABJD, chamou a atenção para o peso dos tributos sobre as pessoas mais pobres. E reiterou os temas da ADPF, que pede ao STF para reconhecer como estado de coisas inconstitucional a violação de direitos da população negra. 
 
A Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) foi habilitada a participar, como amicus curiae, da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental Vidas Negras (ADPF 973). As sustentações foram realizadas nos dias 22 e 23 de novembro, mas o processo ainda não foi pautado para julgamento. 


Pela ABJD, Cleucio Santos Nunes fez a sustentação. “A associação reitera absolutamente todos os termos da ADPF 973, que por si só já é histórica”, afirmou ele. 

A ADPF 973 foi articulada por organizações da Coalizão Negra Por Direitos e pelos coletivos de familiares vítimas do estado Mães de Maio, Mães da Maré e Mães de Manguinhos e apresentada ao Supremo Tribunal Federal por sete partidos: Partido dos Trabalhadores/PT, Partido Socialismo e Liberdade/PSOL, Partido Socialista Brasileiro/PSB, Partido Comunista do Brasil/PCdoB, Partido Rede Sustentabilidade/REDE, Partido Verde/PV e Partido Democrático Trabalhista/PDT. 


A ação pede ao Supremo que reconheça um “estado de coisas inconstitucional”, ou seja, a existência da violação em larga escala de direitos fundamentais da população negra, que constitui a maioria da população do Brasil. E que determine ao governo federal União Federal a elaboração e a implementação de um Plano Nacional de Enfrentamento ao Racismo Institucional e à Política de  Morte à População Negra, com medidas para garantir o acesso dessas brasileiras e brasileiros aos direitos à igualdade, à vida, à segurança, à saúde e à alimentação previstos na Constituição 


 A contribuição da ABJD foi a de chamar a atenção para as distorções do sistema tributário brasileiro -- que tributa mais a população pobre, em especial a negra. “Quando se vai às estatísticas, se observa que as pessoas que ganham até dois salários mínimos sofrem uma carga tributária de aproximadamente 54% de sua renda”, observou Nunes, enquanto “as pessoas que ganham acima de trinta salários, menos de um terço, aproximadamente 29%”. “Regressividade tributária não tributa. Regressividade tributária pune quem é mais pobre”, destacou ele. 


De acordo com Nunes, a reforma tributária tenta reduzir essa desigualdade, ao prever a devolução de tributos sobre o consumo para as pessoas mais pobres. “Mas é necessário se fazer um recorte racial, porque dentre os mais pobres os negros são os mais pobres ainda”. Por isso, concluiu, o Plano Nacional de Enfrentamento ao Racismo deve ter em conta a questão tributária. 
 
Para ver a sustentação, vá aos 37 minutos deste link. 


ABJD participa da ADPF Vidas Negras

Escolha a ABJD mais próxima de você

TO BA SE PE AL RN CE PI MA AP PA RR AM AC RO MT MS GO PR SC RS SP MG RJ ES DF PB