Nota | Coalizão reforça a necessidade de suspensão dos portes de arma nos 2 dias anteriores e posteriores às eleições

02/09/2022

Nota | Coalizão reforça a necessidade de suspensão dos portes de arma nos 2 dias anteriores e posteriores às eleições


  A Coalizão em Defesa do Sistema Eleitoral, coletivo que reúne mais de 200 entidades representativas dos mais diversos setores e categorias da sociedade civil, organizadas com o foco de defender a democracia e as eleições como direito humano à livre expressão da vontade cidadã e seu exercício de forma livre, secreta, segura, participativa e inclusiva, vem a público manifestar sua preocupação em face dos recentes eventos que evidenciam a escalada de violência política, na América do Sul e no Brasil, em especial.


Em apenas dois meses, uma sucessão de fatos extremamente graves acendeu um sinal de alerta em todo continente.


O mês de julho foi marcado pelo brutal assassinato, em Foz do Iguaçu, de Marcelo Arruda, militante do PT e guarda municipal, morto a tiros na ocasião em que comemorava com sua família, seus 50 anos de vida. As balas que tiraram sua vida partiram da arma utilizada por Jorge Guaranho, simpatizante do Presidente Jair Bolsonaro. Ao comentar o assassinato, o vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, minimizou o fato, dizendo tratar-se de um “evento lamentável que ocorre todo final de semana em todas as cidades do Brasil”, próprio de pessoas que “bebem” e “extravasam”.

 

O mês de agosto registrou a emboscada e o ataque a tiros de fuzil contra a comitiva presidencial do Presidente da Colômbia, Gustavo Petro, em uma falsa blitz, na região de San Pablo, fronteira entre Colômbia e Venezuela. Somente não houve feridos e maiores danos aos integrantes da comitiva porque as viaturas atacadas eram blindadas.


No mesmo mês de agosto, quatro apoiadores do candidato Marcelo Freixo foram espancados em ato político no município de Campos dos Goytacazes. Ao estacionar o carro, o grupo foi cercado por sete homens armados que iniciaram uma sucessão de agressões físicas e verbais. A violência resultou em lesão corporal grave de um dos militantes pró-Freixo, com a necessidade de realização de cirurgia de maxilar.


O primeiro dia do mês de setembro foi marcado pelo espancamento do irmão do Presidente do Chile, Gabriel Boric, em manifestação de rua ocorrida no contexto da votação do plebiscito para aprovação da nova Constituição do Chile. Simón Boric sofreu apenas lesões leves porque conseguiu escapar a tempo. Autoridades do governo chileno qualificaram o fato como “gravíssimo”.


Ainda no dia 01 de setembro, a vice-presidenta da Argentina, Cristina Kirchner foi alvo de uma tentativa de atentado a tiros. O autor do atentado, Fernando Andrés Sabag Montiel, um brasileiro que reside no país desde 1993, tatuado com símbolos neonazistas, somente não consumou o homicídio porque o revólver, que estava municiado com 5 balas, falhou no momento do disparo. A arma estava direcionada para o rosto da Vice Presidenta, a curta distância. O Presidente do Brasil, ao ser perguntado sobre o evento, disse que “mandou uma notinha”.


Todos esses eventos, ocorridos em tão curto espaço de tempo, deixa perplexa toda a comunidade política sul-americana e a brasileira em especial, por ser o país onde circulam atualmente, mais de um milhão de armas em mãos de civis, em decorrência da política armamentista fomentada pelo Governo Federal.


Nesse grave contexto, a Coalizão em Defesa do Sistema Eleitoral, ao tempo em que manifesta sua solidariedade a todas as vítimas da violência política no continente sul-americano, vem reiterar a necessidade de que sejam suspensos todos os portes de arma – exceto de forças de segurança pública em efetivo exercício, assim como o funcionamento de todos os CACs, nos dois dias anteriores e posteriores aos dias das eleições.


A Coalizão também sublinha a necessidade de que as autoridades e forças da segurança pública – federais e estaduais -, desenvolvam de forma coordenada, um esquema especial de segurança, que garanta a integridade física de candidatas e candidatos, mesárias e mesários, militantes, observadoras e observadores eleitorais, fiscais partidários e, sobretudo, das eleitoras e eleitores, durante os dias de votação.


Tais medidas mostram-se cada vez mais urgentes e necessárias na grave conjuntura de violência política que se desenha em todo continente sul-americano e, especialmente, no Brasil. As autoridades e instituições não podem furtar-se a seus deveres funcionais de defender a democracia e o consequente respeito à cidadania e ao voto popular, em clima de paz e segurança.

Nota | Coalizão reforça a necessidade de suspensão dos portes de arma nos 2 dias anteriores e posteriores às eleições

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