Ato no Senado repudia ataques de Bolsonaro às eleições e defende a democracia

02/08/2022

Ato no Senado repudia ataques de Bolsonaro às eleições e defende a democracia


Em defesa da democracia, de eleições livres e seguras e contra o golpe e a violência política, a Coalizão em Defesa do Sistema Eleitoral realizou um importante ato nessa terça-feira, 2, no Senado Federal, que contou com a participação de diversas entidades, movimentos, parlamentares e representantes de embaixadas.



Lula Marques - PT na Câmara


Ao final do evento, a estudante de direito Rayssa Cavalcante, integrante da ABJD, fez a leitura de uma carta (acesse aqui) que será entregue ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, nesta quarta, 03, em encontro marcado para as 13h30. No documento, o grupo manifesta repúdio aos ataques que as instituições da justiça eleitoral vêm sofrendo de forma reiterada e sistemática e pedem que o Congresso Nacional reaja às ameaças de Jair Bolsonaro, “manifestando-se claramente contrário a qualquer aventura golpista”, conclama. Pacheco foi convidado para o evento mas não pode comparecer, ele receberá a Coalizão nesta quarta, 03.



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Reunindo mais de 200 entidades e organizações da sociedade civil, entre elas a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), a Coalizão firmou compromisso com o Tribunal Superior Eleioral (TSE) de defender o sistema eleitoral dos constantes ataques promovidos pelo presidente e setores do governo contra o processo eleitoral brasileiro, a Justiça Eleitoral, juízes e servidores. O grupo terá uma nova reunião com o presidente da Corte, ministro Edson Fachin, no dia 8 de agosto.


Simbologia e representatividade


Durante o ato, que foi coordenado por Tânia Oliveira, da Executiva Nacional da ABJD, os participantes lamentaram que justamente durante o período eleitoral precisam defender o óbvio, que é a democracia. “Nesse momento que mais de 33 milhões de pessoas passam fome a gente precisa estar aqui defendendo o óbvio que é o sistema eleitoral, um dos mais seguros e avançados do mundo”, ressaltou Rud Rafael, do MTST.


Lula Marques - PT na Câmara

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A reverenda Tatiane Ribeiro, representante do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), disse que mais do que nunca a população precisa se unir, “como pessoas cristãs, em nome da justiça, em nome da democracia, em nome do estado laico, onde Deus não está acima de ninguém, mas está no meio do seu povo, junto daqueles que sofrem, que passam fome”.


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O presidente da CUT, Sergio Nobre, falou em nome de todas as centrais sindicais que estão unidas na luta. “A democracia para a classe trabalhadora é mais que eleições. É na democracia que a classe trabalhadora pode se organizar, reivindicar e ampliar direitos e na ditadura é o contrário, é opressão, e a classe trabalhadora é a primeira a sofrer”, alertou.


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A deputada federal Fernanda Melchiona (PSOL) destacou que a Coalizão representa uma importante unidade de ação das forças democráticas do nosso país contra um presidente golpista. “Bolsonaro tenta desenhar o capitólio brasileiro. Ele sabe que a maior parte do povo rejeita e teme perder nas urnas e prepara discurso fascista de desconsideração das urnas. O Brasil é o único país do mundo que tem um delinquente na presidência que diz que teve fraude na eleição que colocou esse criminoso no planalto. O discurso que ele faz para uma base minoritária, mas extremamente violenta de extrema direita, é perigoso, como foi visto com a morte de Marcelo Arruda”, lembrou.


O guarda municipal e tesoureiro do PT, Marcelo Arruda, foi morto após ser baleado na própria festa de aniversário, em Foz do Iguaçu, por um militante bolsonarista. O advogado da família da vítima de violência política, Daniel Godoy, esteve presente no ato e reforçou o sentimento de constrangimento para um povo que, após 30 anos da queda da ditadura, tem que defender a democracia. “Isso é resultado de um processo paulatino de enfraquecimento das instituições. A morte de Marcelo não é resultado de um evento único, mas é o mais emblemático, trágico, horrível e violento dos últimos tempos”. E completou: “A família espera que as pessoas não se deixem abater com a violência, porque isso faz com que a vitória do fascismo seja possibilitada”. 


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O líder do PT na Câmara, deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG), afirmou que o momento exige superar as diferenças e eleger o presidente Lula no 1º turno. “Nessas eleições, para votar no presidente Lula precisa ter o único compromisso que é a defesa intransigente da democracia, porque de outra forma só teremos a barbárie”.



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Na mesma linha, o deputado federal Alencar Santana (PT-SP) disse que o retrocesso é tão grande que está se discutindo democracia em plena campanha eleitoral, algo que uma eleição pressupõe que exista. “Precisamos fortalecer a democracia e dizer que nós confiamos nas urnas eletrônicas e no sistema eleitoral brasileiro”.



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Raimundo Bonfim, da Central de Movimentos Populares, lembrou que em 2021 foi realizada a campanha “Fora, Bolsonaro” que não obteve êxito porque o presidente comprou parte da Câmara dos Deputados e impediu a instalação do processo de impeachment. “Mas tenho certeza que ele não comprará a maioria do eleitor brasileiro, que fará o que a Câmara não teve coragem de fazer que é afastar esse genocida da presidência”.


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Representando a Coalizão Negra por Direitos, Douglas Belchior elogiou a iniciativa em defesa do sistema eleitoral, mas salientou que o caminho ainda é longo em direção a essa utopia de uma democracia que não vivemos ainda. “Quando se busca a representação política em um sistema eleitoral que o poder econômico sempre foi determinante, as figuras excluídas desse processo sempre foram perseguidas. A gente tem na Marielle Franco o principal emblema da violência política contra aqueles que são proibidos de se auto representar no Brasil. Por isso as entidades dos movimentos negro se unem em defesa do sistema eleitoral, não pelas qualidades, mas pelo compromisso histórico de alcançar o que não vivemos ainda”. 

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Por fim, a senadora Eliziane Gama (Cidadania) afirmou que o ato é fundamental no enfrentamento à tentativa de ruptura institucional por parte do presidente. “Não vamos permitir que isso aconteça. Bolsonaro tenta desmoralizar o judiciário brasileiro, espalha fake news e tenta se perpetuar no poder através de um golpe de estado e isso não vai acontecer porque o povo é maior”.


Participaram, ainda, a Associação Juízes para a Democracia (AJD), Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos (Anadep), Comissão Brasileira Justiça e Paz, Policiais Antifascismo, os parlamentares Alice Portugal (PCdoB-BA), Rogério Correia (PT-MG), Bohn Gass (PT-RS), a presidente do PT, Gleisi Hoffman, e o senador Humberto Costa e representantes das embaixadas da Alemanha, Áustria, Bélgica, Sérvia, União Européia, Eslováquia, Suíça, Austrália, Portugal, Irlanda, Guiné Equatorial e Eslovênia.



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