O assassinato de Marcelo Arruda, guarda municipal de Foz do Iguaçu (PR) e um dos líderes do Partido dos Trabalhadores (PT) na cidade, a tiros disparados por um militante bolsonarista na madrugada de domingo, 10, enquanto comemorava seu aniversário de 50 anos, foi motivado por ódio político, e faz parte de uma série de ocorrências nos últimos dias que mostram a escalada da violência.
O atentado com drone, ocorrido no dia 15 de junho na cidade de Uberlândia, Minas Gerais; a explosão de uma bomba caseira no dia 08 de julho, na Cinelândia, Rio de Janeiro, ambos atos com milhares de pessoas; e o ataque ao carro do juiz Federal Renato Borelli, no dia 07 de julho, responsável pela prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, são todos mostras da intolerância extrema que resulta do discurso de ódio cotidianamente disseminado pelo Presidente da República e seus seguidores.
O Brasil se prepara para as eleições de outubro em um clima de insegurança que exige das autoridades dos demais poderes da República, com especial destaque à Procuradoria-Geral da República que se encontra inerte, ações enérgicas para frear o armamento em massa que é fruto da política do governo federal, e para conter a propagação de estímulo à violência travestida de liberdade de expressão, diuturnamente disseminada pelas redes sociais por Jair Bolsonaro, ministros, parlamentares e aliados em geral, em reuniões e eventos oficiais.
Profundamente consternada, a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia – ABJD, ao mesmo tempo em que presta sua solidariedade à família de Marcelo Arruda, exige das autoridades públicas dos demais poderes ações que sejam coibitivas das incitações ao crime e das ameaças, claras ou veladas, ao processo eleitoral.
É hora de unir a sociedade em defesa da democracia.
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