O inverno derruba as últimas folhas e flores, a primavera se aproxima. Conservadores, autoritários e retrógrados, esses cidadãos, depois de se omitirem frente às milhares de vidas perdidas com a pandemia, destruírem direitos e promoverem a escuridão, agora estão assustados com esse imenso clarão.
Foram muitas as pétalas retiradas das flores antes que estas fossem arrancadas, uma a uma, em um processo contínuo de destruição do espaço social onde predominava o Estado Democrático de Direito. Ataques e retrocessos sistemáticos despertaram a revolta e a indignação. Em meio a retrocessos, na escuridão, a resistência se fortalece, as ideias iluministas, humanistas renascem e recolocam a democracia, a liberdade e a igualdade como condição.
Valores e ideias ressurgem e se fortalecem renovadas e ajustadas para fazer frente aos tempos escuros e obscuros, onde prevalecem o autoritarismo. Ideias que foram se enraizando e se conectando por terra, água e ar, formando uma imensa rede tão energizada que promoveu um grande clarão, iluminando caminhos existentes e outros por se abrir nessa vastidão.
E foi assim que lideranças de distintos setores foram se juntando em uma grande coalizão. A Faculdade de direito da USP, no Largo São Francisco, cedeu seu chão, sua sabedoria e sua tradição. Ali, em 11 de agosto, encontraram-se distintas gerações de defensores dos direitos, religiosos, cientistas e jovens, que uniram suas vozes na leitura de um manifesto em defesa da democracia e das eleições, cujas adesões já passam de milhão.
A faísca acendeu tochas, passadas de mão em mão, iluminando caminhos em meio à escuridão. Muitas energias se uniram em uma forte conexão. Os presentes e assistentes sentiram-se estimulados a intensificarem suas ações em defesa dos direitos e da eleição.
Uma das forças presentes foi a Coalizão em Defesa das Eleições, que reúne, sob a liderança da Associação Brasileira de Juízes pela Democracia (ABJD) inúmeras entidades do mundo do direito, centrais sindicais, movimentos sociais, estudantis e democratas. A Coalizão se fortaleceu e suas ações, já marcadas pela qualidade e compromisso com a democracia, tornaram-se ainda mais ágeis, evidenciando que se trata de um coletivo em permanente prontidão.
Juízes, procuradores, promotores, advogados, professores, estudantes, que se uniram a centrais sindicais, movimentos sociais, lideranças políticas, sociais e intelectuais, cientistas, religiosos e personalidades de todas as áreas, sentiram-se ainda mais fortes e com razão.
As forças neofacistas, marcadamente autoritárias e antidemocráticas, já perceberam que mais uma força se agrega à defesa das eleições, ao combate às manobras golpistas e a quaisquer outras medidas para inviabilizar a eleição. Evidenciado está que o povo quer votar em paz e espera que suas vontades expressas nas urnas sejam respeitadas, como reza nossa Constituição.
Percebe-se que o fim do inverno se aproxima e ninguém vai impedir a primavera, colorida, florida, anunciando que o retorno da democracia e a esperança está próximo. Um horizonte3 repleto de esperança, coragem e união toma conta de mentes e corações e se espalha por todo o Brasil. Cresce a adesão e mobilização na luta em defesa da democracia e da eleição, sem violência, onde prevaleça o debate de ideias sem golpe e manipulação.
A Coalizão nasceu para somar-se com todas as forças políticas, sociais, sindicais e democráticas nesta direção. Sua leveza possibilita agilidade em seus movimentos. A sabedoria e distintas experiências que reúne qualifica técnica e politicamente suas ações.
Com agilidade e qualidade reagiu às articulações golpistas de empresários bolsonaristas com denúncia crime, exigindo punição. Desta forma anuncia e revela sua missão de defender as eleições e combater quaisquer movimentos contrários à democracia e à lisura e transparência no processo eleitoral. Ditadores e inimigos da democracia perderam seu chão.
Seus argumentos, quando os tinham, revelam que não tinham e não têm razão e nenhum motivo para questionar as eleições eletrônicas. Desarmados de argumentos e documentos, portam-se como bárbaros, armados agressores. Sem razão e emoção são incapazes de liberar uma lágrima diante das milhares de mortes que poderiam ser evitadas não fosse a postura de negação.
Desesperados insistem em agredir com violência quem lhes faz oposição. Seres frios, sem fé e amor, completamente desumanizados, se movimentam e atacam pessoas e instituições visando manter o país na escuridão e assegurar cargos e poderes que lhes permitem obter ganhos milionários, conseguidos com muita enganação.
O inverno derruba as últimas folhas e flores, a primavera se aproxima. Conservadores, autoritários e retrógrados, esses cidadãos, depois de se omitirem frente às milhares de vidas perdidas com a pandemia, destruírem direitos e promoverem a escuridão, agora estão assustados com esse imenso clarão.
Luzes que anunciam a chegada da primavera, quando o verde da esperança, o colorido das flores e a força das instituições, movimentos e pessoas comprometidas com a democracia porão um fim à escuridão, ao autoritarismo e farão florescer na democracia a reconstrução do Brasil e de uma vida muito melhor para nossa população.
Primavera, cores, vida e paixão criam um ambiente propício, mas o futuro desejado depende do empenho de cada um e de cada uma, de um esforço adicional nos próximos dias para que tenhamos eleições limpas e das urnas saia um novo parlamento, governadores e um presidente comprometido com a reconstrução do Brasil.
Visitem cada ser vivo e a ele apresente os argumentos e suas razões de porque Lula e seu time são a solução. É hora de a razão vencer o preconceito, da fé vencer o medo, da vida vencer a morte, da luz vencer a escuridão. Precisamos assegurar a realização de eleições limpas e seguras e intensificar nossas visitas e diálogos para que as urnas sejam visitadas e recebam o voto de quem quer mudar a situação.
Desta forma, construiremos a maior de todas as coalizões, uniremos o povo e libertaremos a nação. Vencer no primeiro turno para evitar golpes e manipulação. Quando as urnas forem abertas, uma imensa energia positiva será liberada e fechos de luz acabarão com a escuridão.
Com os caminhos iluminados, todos marcharão empoderados de razão, tendo no horizonte uma nova situação. Um Brasil onde a democracia é um direito real, essencial para que todos e todas vivam em comunhão, certos de que a esperança renasceu, trazendo paz, liberdade, trabalho, terra e pão.
Por Luiz Azevedo, sociólogo e sócio da Veredas Inteligência Estratégia
Foto: Lula Marques, manifestação em 2016, Luzses da Democracia, quando se cobrava que parlamentares não embarcassem no golpe contra Dilma.